ESPERANDO CONTRA A ESPERANÇA

Esta edição da Revista Ebenézer traz para a reflexão das leitoras e leitores mais um tema extremamente pertinente: A Esperança. O tema é pertinente considerando o momento histórico pelo qual o mundo atravessa hoje. A conjuntura é marcada por uma situação de crise generalizada. O tempo atual é tempo de crise.
Alguns tipos de crise: Crise de respeito, de sensatez, moral, da verdade, de justiça, sócio-política, sócio-econômica, de emprego, de solidariedade, ambiental, de espiritualidade, existencial e de ESPERANÇA.
Nesse contexto, vemos em nossa sociedade várias pessoas amarguradas e desesperadas que não tem encontrado significado para a existência, pessoas tão angustiadas que não sabem mais o que é ter esperança.
O que podemos esperar de nosso país e seus governantes? Em quem podemos confiar? Será que há esperança?
Precisamos voltar no tempo e no espaço, através da Bíblia, e olhar para Jó, o maior homem do oriente, riquíssimo (Jó 1.3), e que era “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (1.1). No entanto, apesar de todos estes qualificativos, passou por várias provações sob a permissão de Deus, mas enfrentou e superou suas crises.
Dentre as várias lições que aprendemos com o nosso irmão Jó, quero destacar apenas três:
Em primeiro lugar, a descrença caracteriza a crise de esperança. Quem espera, espera alguma coisa de alguém, e quando este alguém não cumpre o que foi proposto surge a falta de confiança e uma visão cada vez mais estreita quanto a possibilidade de se alcançar o objetivo desejado.
Jó esperava a cura, todavia a sua própria esposa já o havia aconselhado a abandonar o seu Deus e optar pela morte (2.). No cap. 10 vemos Jó protestando contra Deus, julgando que todo aquele sofrimento era demais para ele, e tal atitude de Jó leva o amigo Zofar a acusá-lo de iniqüidade (11), ou seja, da falta de conformidade com a vontade do Senhor para sua vida. Verdade é que no cap 17 vemos Jó enfrentando a crise de esperança quase descrendo da possibilidade de recuperação, e desejando para si a morte mesmo.
Hoje em dia pode-se ver um número cada vez maior de pessoas que, em face de todos os seus problemas, dificuldades, ou enfermidades, entrarem em total desespero e já não acreditam mais nas possibilidades de uma recuperação. Muitos já não crêem mais: no restabelecimento da felicidade na vida familiar, na conquista de um bom emprego, no alcance dos alvos propostos para o seu futuro, na queda da inflação, na capacidade dos líderes governamentais, na recuperação da saúde, etc.
Vivem sob a crise da esperança, e a vida já não tem mais sabor para eles.
Em segundo lugar, o tempo é o grande inimigo da esperança. Normalmente, ao se enfrentar qualquer problema, espera-se que a solução do mesmo venha o mais rápido possível, mas isto nem sempre acontece. Às vezes, é preciso esperar meses ou anos. Foi o que aconteceu com o homem paralítico à beira do tanque de Betesda, que esperava há 38 anos pela cura (João 5.1-15); também com a mulher que padecia há 12 anos de uma hemorragia (Mt. 9.19-22) e anteriormente havia acontecido com Jó (17.11-6) que padeceu todo o seu sofrimento por um longo tempo.
O tempo é o grande inimigo daquele que espera, uma vez que a ansiedade toma conta e o deixa desinquieto por todo o período de demora da resposta. Talvez o maior problema do ser homem seja o de não se conformar com a vontade soberana de Deus e querer limitá-lo ao tempo e desejo do próprio homem. Deus tem o seu tempo próprio de ação e o faz quando bem quer, onde quer e como quer. Entendendo isso, torna-se mais fácil exercitar pacientemente a esperança, tal como Davi no Sl. 40.1. Devemos lembrar que Deus utiliza inclusive o próprio tempo para nos provar e confirmar a nossa paciência e fé. Portanto, não se pode entender a “demora” divina como sendo uma falta de resposta, pois “para Deus um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” II Pe 3.8.
Enquanto se passar o tempo no qual esperamos a resposta, estaremos mais e mais exercitando a nossa fé, que produz esperança (Hb. 1.1) (Jó 19.23-27).
A fé crê que mesmo que tempo passe, virá o dia no qual se poderá abraçar a solução para os problemas e dificuldades.
Em terceiro lugar, Jesus Cristo é a solução para a crise de esperança. Jó viveu momentos dramáticos, trágicos, atordoados; chegou até mesmo a perder a esperança de cura, recebeu palavras diversas da parte dos amigos para permanecer firme no Senhor, e no desfecho do seu livro (42), vemo-no encontrando a solução para toda sua crise: Deus restaura a saúde física e lhe dá em dobro todos os bens que havia perdido.
Por maior que seja a crise, o poder de Jesus é sempre maior que ela. Vemos isto em muitos textos da Bíblia, por exemplo, quando fala dos milagres de Jesus reanimando a esperança de muitas pessoas e lhes dando a vitória sobre suas crises.
Quando Cristo recebeu a notícia da morte de Lázaro, demorou-se 2 dias para deixar a Galiléia rumo a Betânia. Quando lá chegou, 4 dias após o sepultamento de Lázaro, encontrou suas irmãs desesperadas e entristecidas pela sua demora. Porém, Jesus restaurou a esperança e a alegria no coração de Marta e Maria ao efetuar o milagre de ressurreição, dando vida novamente a Lázaro (João 11.7-46)
Querida leitora e leitor, diante de diversos problemas que você pode enfrentar em sua vida, tais como: enfermidade, desemprego, conflitos familiares, morte de entes queridos, dívidas, etc, talvez você esteja sendo atingido pela falta de esperança e imaginando que não há solução. No entanto, não se deve jamais perder a esperança e confiança no poder libertador, curador e salvador de Jesus Cristo. Ele é a solução para todos os dilemas humanos. Faça o que a Bíblia nos manda: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará” Sl. 37.5

Pr. Rivaldo Braga

FAZENDO A FIGUEIRA FLORESCER

Texto bíblico básico: Habacuque 3.17-19
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. Habacuque fala da experiência do sofrimento através de situações ligadas ao mundo rural, que não são necessariamente as nossas. Mas elas se aplicam a nós?
A experiência de Habacuque é a experiência da escassez. Podemos viver em outro contexto, mas há momentos em que experimentamos a falta de recursos financeiros, de paz ou de saúde ou de alguma outra necessidade. Nesta hora, nós nos identificamos com Habacuque e com todos os que sofrem.
2. Em que sentido, nós nos identificamos com Habacuque e o que podemos aprender com isto?
Como ele, defrontamo-nos com o sofrimento, pessoal ou de outrem.
Como ele, sofremos diante da corrupção moral e política do país. Somos vítimas de todo tipo de violência. Enfim, temos que conviver com múltiplas manifestações do mal.
Diante deste quadro, ficamos nos perguntando por que Deus não responde às nossas orações.
A figueira e a corsa representam a força do reino natural. A alegria e a exultação representam a força da presença sobrenatural de Deus em nós. Esta alegria e exultação são fundadas em nossa confiança em Deus, no Deus da salvação (18b).
3. O que podemos fazer para fazer a figueira florescer?
Eis o que devemos fazer como fez Habacuque:
  • Devemos olhar para o que Deus já fez conosco (1.5)
  • Devemos olhar para o que Deus é (1.12) descobrindo que:
  • Ele é maior do que nós e nossos problemas
  • Ele age em nossas vidas. Sabemos disto por experiência própria.
  • Ele age segundo sua própria vontade.
  • Devemos confiar no amor poderoso de Deus, mesmo que as tragédias nos alcancem.
  • Devemos exultar em Deus e exaltá-lo, mesmo na adversidade.
Pr. Enoque Santana
Presidente Nacional da AICEB